Obstrução Nasal na Infância - Consequências para o desenvolvimento facial
A obstrução nasal é uma das afecções mais frequentes na infância. Em sua forma crônica, promove a mudança do padrão respiratório nasal para oral, ou seja, a criança começa a respirar pela boca na maior parte do tempo.
A falta da respiração nasal em crianças resulta em aumento da resistência nasal e consequentemente em respiração oral, o que prejudica sobremaneira a harmonia do desenvolvimento dentocraniofacial.
As principais características faciais dos “respiradores orais” são: maxila atrésica, protrusão de incisivos superiores, mordidas aberta e cruzada, eversão de lábio inferior, lábio superior hipodesenvolvido, narinas estreitas e hipotonia da musculatura perioral.
A postura de boca aberta e o rebaixamento da língua para passagem do ar na via bucal não permitem que haja o contato adequado da língua com o palato, gerando uma descompensação das forças musculares orofaciais. Isso leva a mordida aberta e alterações dentárias.
Uma das principais repercussões da obstrução de vias aéreas é o distúrbio respiratório do sono, que varia entre ronco primário e apneia obstrutiva do sono. As crianças com apneia do sono geralmente não apresentam sonolência diurna, e têm sintomas como hiperatividade, comportamento rebelde, agressividade, isolamento social e problemas de aprendizado, além de distúrbios de aprendizado e atenção.
O aumento do tecido das amigdalas e adenoide está claramente envolvido na incidência de otites médias agudas e otite média com efusão (secretora). Nesses casos, a criança evolui com perda auditiva, problemas no desenvolvimento da linguagem e distúrbios escolares.
O tratamento clínico ou cirúrgico da obstrução nasal e faríngea deve ser precoce, a fim de garantir um crescimento facial harmonioso. A demora ou a falta do tratamento dificulta o tratamento ortodôntico, compromete a estabilidade e pode levar a recidivas indesejadas.